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quinta-feira, 17 de março de 2011

Nuvem radioativa vai atingir Europa

A crise nuclear no Japão provocada pelo terremoto e maremoto de sexta-feira não abranda. A situação na central de Fukushima Daiichi continua "muito grave" e as primeiras nuvens radioactivas devem chegar hoje à América do Norte, atingindo a Europa na próxima semana.



De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), embora a situação na central não tenha piorado significativamente, os níveis de radiação na em redor da central nuclear continuam a aumentar. Em algumas localidades situadas a menos de 30 km da central, a contaminação "aumentou de modo significativo" nas últimas 24 horas.
Numa corrida contra o tempo e para evitar uma tragédia ainda maior, helicópteros do Exército lançam desde quarta-feira água do mar sobre os reactores 3 (o mais perigoso, porque contém plutónio) e 4 da central, que apresenta um alarmante sobreaquecimento nos tanques de combustíveis. Ontem, a temperatura era de 84 graus centígrados, quando o normal é de 24. As informações contraditórias continuam quanto ao escudo que protege os dois reactores em causa, temendo-se que ambos estejam, de facto, seriamente danificados.
A nuvem radioactiva lançada para a atmosfera deverá chegar já hoje à costa da Califórnia (EUA), ainda que em níveis reduzidos, e à Europa no início da semana. Mas cientistas garantem que os níveis de radioactividade não são nocivos para a saúde.
Seguindo a recomendação da Comissão Europeia, Portugal prepara-se para testar produtos oriundos do Japão.
OS HERÓIS DE FUKUSHIMA
São conhecidos como ‘os heróis de Fukushima’ os 180 homens que, em turnos de 50, entram e saem da central nuclear de Fukushima, arriscando a sua vida pela dos outros.
Apesar dos altos níveis de radiação, das constantes explosões e incêndios recorrentes no local que todos tentam evitar, estes trabalhadores, entre engenheiros e outros técnicos superiores, decidiram ficar voluntariamente para tentar travar uma catástrofe nuclear ainda maior. Contam apenas com fatos especiais, máscaras e garrafas de oxigénio, equipamento insuficiente para os proteger das partículas radioactivas invisíveis. "É o pesadelo de qualquer trabalhador nuclear", afirma Andriy Chudinov, um trabalhador sobrevivente de Chernobyl em 1986.


Fonte: cmjornal

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